sábado, 29 de dezembro de 2012

Conclusao sobre o ano que termina...


Obrigada, Deus! 
Só assim posso resumir o que sinto quando penso no ano que está acabando. Dois mil e doze foi pra mim um ano muito intenso, mesmo que na maioria do tempo eu tenha permanecido estática, estudando, pensando, sonhando...  Foi um ano de provaçao, de conquistas pra mim e pra minha família, o preço de algumas delas foi ter parado de escrever por falta de animo, por conta dos estudos, por medo de uma coisa atrapalhar a outra, por medo de enlouquecer… Enfim… me afastei mesmo achando que uma parte da vida nao deve impedir que voce viva a outra, sei que foi errado da minha parte nao ter tentado conciliar os estudos com as paixoes, mas paciencia, agora já foi! Prometi a mim mesma remediar isso: daqui nao me afasto mais! Estou ansiosa por 2013, uma mistura de medo e excitaçao, pois sei que o novo me espera e rezo todos os dias para que seja muito, muito, muito bem-vindo!  

Desejo um feliz fim de ano a voce que ainda le o blog!

Um grande Abraço! 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

“Sonhar é acordar-se para dentro..." Mário Quintana



            Mais um ano ...  É isso que pensamos sempre no fim de mais um período de doze meses, é também quando paramos para pensar em tudo o que conseguimos (ou não) conquistar... Fico pensando às vezes no tanto de coisas que quis realizar, nos sonhos que tive e que não se concretizaram, mas que serão levados comigo para o ano que vem. Por causa desses pensamentos, lembrei de um texto que escrevi aos 17 anos na última folha do caderno de uma amiga. Escrevi como uma dedicatória de amizade, ou algo do tipo, coisa que sempre fazíamos entre os amigos na época da escola. Um ano depois, reencontrei a amiga e, remexendo umas coisas antigas, o caderno e sua última folha... Eu nem lembrava que havia escrito o texto, mas quando li, pedi licença, desculpas, arranquei a página e levei comigo para lembrar o que havia pensado um ano atrás, e para também, anos depois, ver  se continuaria pensando igual. Claro que muita coisa mudou de lá pra cá. Tenho 23 anos e penso um pouco diferente sobre alguns assuntos e o oposto sobre outros, mas continuo acreditando em tudo que escrevi nesse texto, afinal, um novo ano vai começar e tenho sonhos novos e antigos que desejo realizar, e enquanto eles não se tornam realidade, sigo sonhando, porque escrevi aos 17 anos (reproduzido aqui com algumas pequenas correções, é claro. rs) que:


Dormindo ou não construo sonhos mirabolantes.
Sonhos que me remetem a lugares que não conheceria se estivesse acordada.
 Lugares que moram dentro de mim e que a mim são inerentes
Assim,  não há um "eu" sem sonho.
Aprendi a sonhar, minto, já nasci sabendo e acreditando nisso.

Sonho inconscientemente e também com plena certeza do que estou imaginando.
Mas isso vai muito além...
Pois posso ser o que quiser e me ver fazendo coisas impossíveis em um sonho.
Sonhando me olho em um espelho,
O espelho de minha alma.
Sonho com o futuro,

com o que poderia ter acontecido,
com diálogos agradáveis ( colóquios amorosos),
tudo o que certamente me faria mais feliz e menos insegura.
Já tive medo de sonhar!

Sonhei que um dia pudesse não sonhar mais
e, assim, não cair do arranha-céu de sonhos que construi.
Puro sonho!
Descobri então que sonhar é abrir as portas para dentro de mim

e que a cada sonho me conheço mais e vejo que sou movida a isso.
Aliás, somos!
Não imagino uma vida sem expectativas, promessas, esperança, sonhos...

Viver é sonhar com a vida.
Sonhar é viver imaginando como tudo seria bem mais fácil se fosse feito de sonho.
O sonho que se compara à ilusão é o sonho de quem desistiu de sonhar sonhos inúteis,

mesmo que todo sonho seja útil.
 Ilusão que magoa não é um sonho!
 Sonho é vida, é buscar a vida, é parte dela.
 Já dizia bem o poeta que "sonhar é acordar-se para dentro",
e é onde encontro o que realmente sou: dentro de mim. 


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

1° de Dezembro





Vejo pessoas saldarem dezembro entre sorrisos e choros de alívio. Seja com alegria ou nem tanta, todos comentam o último mês do ano, no qual geralmente pensamos em tudo o que aconteceu e que suspiramos aos quatro ventos: “Nossa! Como o ano passou rápido!” É nesse momento que muitos renovam a esperança de dias melhores, pois é quando começamos novos planos, pretendendo alcançar vitórias que não conseguimos no ano que se vai, mas que temos esperança de conquistar, se não der no que vem, no próximo depois do próximo, com certeza!
Que posso mais dizer de um ano que está indo? O que esse último mês tem para mim, além de possíveis presentes dos quais não vou gostar; árvores e luzes de natal que nunca ficarão como as das vitrines; a ansiedade para que chegue aquela festa, aquela outra e mais algumas; o natal em família, o amigo oculto, a festa de ano novo? O que me resta é aguardar ansiosa até que finalmente este ano se torne mais um para ficar na lembrança e me mostrar que a vida passa muito mais rápido do que eu gostaria.
Além disso, poderia passar por aqui falando do consumismo que é incentivado nesse mês, das pobres crianças de coração partido que são sempre esquecidas pelo papai noel, da gula e de todos os outros pecados cometidos em uma época na qual deveria ser celebrado o nascimento de Jesus, e que para muitos, por também marcar o encerramento de um ciclo, deveria ser momento de reflexão...
... Enfim, poderia falar desse mês com tudo que ele traz de bom e de não tão bom assim, mas ainda prefiro sentir e sorrir para meus desejos de ano novo que não foram realizados e que agora não são nada mais que frustrações do ano velho, e ficar na expectativa das coisas que ainda poderão acontecer. Afinal, para discutir a incoerência do mundo, temos os outros onze meses do ano e fingir que tudo vai mais ou menos bem durante trinta e um dias não me faz uma pessoa ruim. Ou faz?
Prefiro ainda respirar dezembro desejando que ele me traga chuva o suficiente para lavar a alma e me deixar dormir tranquila tudo aquilo que não dormi nos onze meses anteriores, para que eu possa preparar, durante todo o mês, os meus desejos para o último dia, participando de tantas confraternizações quanto for convidada, para comer, beber, celebrar e agradecer as coisas boas e mesmo aquelas que me deixaram triste, com raiva, deprimida, desacreditada, que me balançaram bastante, mas que não me derrubaram.
 Desejo! Prometo! Acredito! Esperando não mais esperar tanta coisa do ano que vem, mas apenas torcer para que, depois de todas as emoções que dezembro carrega, o novo ano venha e que vá além de todos os desejos e esperanças em suas costas, e apenas SEJA, como todo ano deve ser, sem falsas promessas, mas com muita coisa a ser cumprida. Se for assim, o que vier será muito bem-vindo.



quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Eu Nunca Soube Falar de Amor... Mas Falo Mesmo Assim.

Não sei. Ou melhor, nunca soube.
Falar de amor não é comigo
Não encontro nesse assunto abrigo
E esse famoso ou famigerado tema nunca me coube.

Não sei falar que o sentimento que tenho
é uma ânsia que invade o meu coração
Que “me vira a cabeça e me tira do chão”
E que "me faz esquecer de onde venho".

Não sei porque não consigo explicar
as rimas bregas que na minha mente faço,
os clichês que se tornam verdade por onde passo
e que fazem com que mesmo sem saber o que dizer eu não consiga calar.

Não sei contar as muitas histórias românticas que imagino
Nem os encontros casuais que são minimamente planejados
Onde os movimentos são precisamente calculados
a espera de "alguma coisa"que dará errado, para que eu possa  lamentar

Parece que esse tal de amor tem vontade de gritar!
Não quer nem saber se sabemos como explicar os sentimentos
Muito menos lhe interessam  causas ou fundamentos
Por isso, mesmo sem saber ao certo do que se trata , insisto em falar.


Eu nunca soube falar de amor, mas mesmo assim falo!
De um jeito torto e desajeitado,     impaciente.
Que por vezes mostra como o amor pode ser imprudente
e que me faz entender que só quando parar de senti-lo é que me calo.







Dizem por aí que o amor de verdade é para sempre, que quem ama não trai, pois só deseja a pessoa amada. Dizem que quem ama de verdade só quer ficar com quem ama o tempo todo, sem pensar em mais nada e em mais ninguém. Quem ama, ama incondicionalmente e esse é o normal, já que quem ama somente ama o ser que ama e espalha todo esse amor para o máximo de pessoas que possam ouvir e sentir.  Nada de “ama-me baixinho...”! Quem ama tem mais que incomodar os passarinhos e provar de todo jeito o quão grande é o amor sentido.
É claro que toda essa demonstração de afeto deve ser no verbo amar sempre, em tempos verbais devidamente conjugados: eu amo, eu estou amando, eu sou amado. Lembrando sempre que amar não deve, no seu sentido sublime, admitir conjugações como: Eu amei! Eu amara! Eu amaria!   Pois a verdade é que se eu amo é daqui para frente. Esse é o certo e quem não ama assim, não ama de verdade.
Entretanto, como pessoa estranha que sou, não penso (ou ainda não penso) desse jeito e ponto. O que não significa dizer que eu não ame ou que nunca tenha amado (já que acredito em todo uso que pudermos fazer -ou mesmo inventar- do verbo amar e do substantivo amor). E, por essa razão, se for para portar um sentimento de pedra imutável, prefiro afastar-me dessa concepção de amor, ir para longe de tudo o que pensam para não corromper minha convicção (potencialmente equivocada, admito), pois, não creio que o amor possa realmente ser assim, tão rígido.  
A única coisa que concordo, entre tantas regras prontas como num livro de receitas de como amar, é que o amor pode ser para sempre, e espero sinceramente que dure, sonho e luto por isso como todo o mundo. Não significando , no entanto, que assim o será.
 Por isso, acredito fielmente que possam existir pessoas que não somente pensam no amor eterno, mas que também o vivem, amando para sempre (ou até agora) e incondicionalmente apenas uma pessoa... E isso lhes basta. Está certo, no entanto, que me parecem como seres míticos, lendas maravilhosas. Mas isso não me impede de acreditar que realmente possam existir, já que ninguém ainda provou o contrário (quem me garante que eu nunca vou encontrar um unicórnio ou um curupira pelas matas? Como posso ter certeza que não vou encontrar esse ser dentro de mim?). A essas “possivelmente existentes” pessoas, dou o benefício da dúvida, nunca as vi, mas não tenho plena certeza, como não a tenho de nada, de que nunca as verei, apesar de sonhar loucamente me tornar uma delas.
Devido a isso, acredito que dizer que para sempre vamos desejar somente uma pessoa, para sempre vamos querer estar ao lado dela, o tempo todo, para sempre vamos pensar somente nela e em mais ninguém me parece um tanto excessivamente romântico, e como tal, idealizado e por vezes pueril.
Tenho fé no amor verdadeiro, na cumplicidade (que por consequência gera a coragem de ser sincero sempre), no desejo de ter sempre a pessoa por perto (mas não a todo instante) e de poder amá-la e querê-la para sempre. Mas não creio que isso bloqueie os outros sentimentos, os outros desejos e necessidades e nem que alguém possa ser feliz única e exclusivamente “à custa” de sua alma gêmea. Por isso, eu o amo sim, mas posso viver sem você, com toda certeza!
Por tudo isso, acredito que posso admirar outra pessoa que não seja o ser amado, sentir desejo, atração, querer tê-lo por perto e até por vezes desejá-lo. Mas, não significa que estou traindo, nem que deixei de ser fiel. Significa somente que sou humano, e como tal, não posso controlar meus sentimentos, já que sou monogâmico por instituição da sociedade (e por que não do desejo de posse do outro?) e não por natureza. Por mais complicado que seja entender isso, algumas exceções(os seres mitológicos), sentimos atração por outras pessoas.
Para mim, a visão romântica do amor não basta, não consigo imaginar uma relação idealizada onde as pessoas não podem sequer pensar em outros, ainda que todos pensem (Se você acha que tudo o que está escrito aqui é bobagem e que você é o contrário de tudo isso, por favor, dê-me o prazer de conhecê-lo, para provar que estou errada e que não é porque não vemos ( Não vejo) algo que de fato não existam: Desde já obrigada.)
Acredito que posso amar como amo, ou sentir uma coisa-inexplicável-por-outra-pessoa sem ter a necessidade de torná-la meu objeto ou meu escravo, desejando provas de amor a todo instante e atenção absoluta. E até, que “Deus o livre”, aceitar que essa pessoa sinta atração por outras pessoas, não significando necessariamente que eu aprove ou aceite calmamente esse tipo de sentimento, mas sim que sou suficientemente racional para compreender e aceitar que isso não significa que o amor acabou, mas que o outro sente os mesmo que eu com certeza sinto.
 Assim, prefiro que o meu amor respire vida e satisfação ao estar comigo. Um passarinho engaiolado só canta tristeza, já o que está livre com toda certeza irá todos os dias cantar a sua janela alegremente. Por mais piegas que isso possa parecer dentro da minha aparente brutalidade, é assim que penso no amor, nem minha visão dele (potencialmente distorcida, afinal, sou jovem, o que sei da vida?) pode fazer com que se perca sua beleza, sua leveza e simplicidade.
Por fim, acredito ainda que a necessidade, ou melhor, a capacidade que temos de amar só pode ser destruída por nós mesmos e por nosso desejo de posse, e nada mais. Afinal, amar é simples, por mais complicado que seja,  não importando para isso que se tenha nada além do sentimento, que deve ser livre de datas, prazos, regras e, principalmente, correntes.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Maria



Maria me olha de lado, toda desconfiada. Finjo que não vejo, mas já fico esperando alguma discussão com fundamento ou apenas batidas de pés. Conheço bem a peça e sei que quer alguma coisa, e quando quer, não mede esforços para conseguir. Para isso, ela tem sempre uma tática: cabeça erguida e o olhar pensativo.  
  Subitamente, quando já nem notava sua presença, com o ar de quem sabe o que quer, ou pensa que sabe, Maria toma uma decisão e diz:
                 - Tia, eu acho que quero jogar no computador.
     - Você acha ou você quer? Pergunto divertida.
                 - Eu quero! Responde Maria, com toda convicção que uma mocinha de quatro anos pode ter.
                 - Mas você sabe jogar? Quer que eu ajude?
                 - Não, tia!  Eu sei jogar!
     -Tá bom então. Pode jogar.
Toda contente, Maria senta em frente ao computador, começa o jogo (o único que sabe jogar),em menos de dois minutos perde, fica olhando pra tela sem saber o que aconteceu, mas também sem perguntar nada, não quer dar o braço a torcer.
    - Quer que eu coloque de novo? Pergunto toda solícita, mas me divertindo muito com a cara que ela faz.
     - Não, eu sei colocar.
Espero. Espero. Maria olha intrigada, tenho a sensação de que conversa com a máquina a sua frente: “Decifra-me ou te devoro”, parece ser esse o tema da discussão. Do nada, ela decide agir quase quebrando o mouse tentando colocar o jogo. Aperta aqui e ali como uma desesperada. Finalmente desiste e vai embora com um aborrecimento que, tenho certeza, não dura trinta segundos.
Mas o que importa? Quando ela voltar, depois de meia hora, vai fazer igualzinho, até descobrir sozinha que precisa de alguém para ajudá-la e ensiná-la.
   - Tia, posso jogar no computador?
   - Mas você sabe mesmo jogar, não quer que eu ajude?
   - Não, tia! Eu sei jogar... Mas tu pode jogar comigo! Quer?
Eu rio do jeito dela. É sempre assim, é dessa maneira que aprende a pedir ajuda e age da mesma forma com tudo, diz sempre saber o que fazer: “Tia, eu sei jogar no computador, eu sei jogar uno, eu sei tocar violão, eu sei varrer a calçada, sei lavar a louça, sei usar maquiagem e andar de salto...” Ela é a verdadeira Maria sabe-tudo. E mesmo assim, ainda me impressiono com o quanto que sabe aos quatro anos de idade. Porque uma coisa é verdade: ela sabe! É a certeza com que diz isso que faz com que saiba.
Impressiono-me também porque talvez um dia eu tenha sido assim. Achando que soubesse tudo. Não me iludo, no entanto, aderindo à frase que todos já ouvimos “essas crianças de hoje nascem sabendo”. Não acho que seja assim, Maria, por exemplo, não sabe tudo! Ela age como se soubesse, é bem esperta para agir assim, e não tem medo de aprender, tem uma curiosidade ferrenha e uma vontade louca de saber das coisas, pior- ou melhor- que isso, tem vontade de saber das coisas sozinha, sem a ajuda de ninguém.
Não quero entrar aqui em discussões pedagógicas-psicológicas-filosóficas sobre quais as possíveis consequências no futuro dela por agir dessa forma, por ser desde sempre tão “independente”, mesmo que dependa de todos para quase tudo. Só quero ter o prazer de pensar que ela é esperta não tendo medo de errar. Afinal, se a vida correr seu curso normal, do jeito que Maria aprende sozinha as coisas, não vai ser assim por muito tempo, logo ela vai descobrir que não sabe tudo. Nesse dia, será uma adulta cheia de dúvidas com saudade da infância. Então, é melhor curtir essa época que dura pouco. As consequências do hoje virão, sem dúvida, mas ainda prefiro admirar o agora e torcer bastante para que amanhã seja repleto de flores.
Minha maior tristeza é que hoje não sei de nada, tenho medo de tudo. Queria ser como Maria: não ter medo de errar, não ter medo de tentar e imaginar ter a certeza de saber o que não faço ideia significar, mesmo que apenas por alguns instantes.  Queria ser pelo menos um pouquinho igual à ela, não achar que sei fazer ou que posso todas as coisas, mas ir em frente, quebrar a cara, fazer errado, pedir ajuda, crescer com o que os outros tem a me dizer e a dividir comigo  e assim, aprender a aprender, sem medo.
Por isso Impressiono-me, repito, com o tanto que Maria julga saber aos quatro anos, com tudo que ela sabe e com o quanto isso faz com que ela aprenda. Já que eu, aos vinte e tantos, quanto mais estudo, sinto como se soubesse cada vez menos da vida. 

                

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Aos Homens Sexuais




Li recentemente um artigo que dizia que atualmente a privacidade está sendo tão banalizada que um assunto como a sexualidade do indivíduo passou a ser de conhecimento geral. Bandeiras de orgulho gay levantadas a todo tempo e muita polêmica girando em torno de um assunto que só deveria dizer respeito ao individuo, deu ainda mais vazão a esse pensamento e incomodam a muita gente que dá voz ao assunto e faz com que repercuta gerando mais polêmica.
Mas, apesar de ser um assunto aparentemente “em alta” não me acho no direito de falar nada e sinceramente não deveria nem estar me envolvendo em algo que não é meu. O contraditório é que é justamente por isso que me envolvo, apesar de não saber como se sente um homossexual em meio a tudo isso. O máximo que posso fazer é uma rude analogia de como me sinto sendo heterossexual, o que chega longe do que tenho certeza de que essas pessoas sentem ao tratar sobre sua sexualidade, de forma tão publicamente distorcida.
 Você pode estar achando que estou sendo preconceituosa, que estou discriminando, fazendo de conta que são pessoas incomuns, a parte, casos isolados. Se for assim, minhas sinceras desculpas por fazê-lo pensar dessa forma. Não é essa minha intenção, mas simplesmente não consigo começar de outro jeito um assunto, que como disse, não deveria ser meu, mas que devido à natureza ignorante do ser humano, passou a ser de todos.
Acho que estamos de acordo que ninguém sai por ai falando (a não ser brincando) coisas do tipo: “olha, eu tenho um vizinho heterossexual”, “meu filho é hétero, o que eu faço?”, “minha filha mora com o namorado?”, “seu heterozinho sujo!”, “os héteros deveriam morrer... são má influência... anormais...você é heterofóbico...” Alguém já ouviu algo do tipo? Não. E por que não? Por que ser heterossexual é considerado ainda (pasmem) o normal.
Uma das explicações frequentemente dadas por psicólogos para reações homofóbicas, é que essas são causadas pelo medo do desconhecido. Ou seja, o heterossexual, que se julga normal e superior ao homossexual, decide extravasar sua intolerância às diferenças. Gente! Sinceramente não consigo aceitar isso.  Se for assim, deveríamos então sair por ai batendo em todo mundo, pois não existe ninguém igual a ninguém, e o lugar comum batido “respeite as diferenças” que ouvimos desde sempre não existe mais? Isso em se tratando de diferenças mais sutis às mais gritantes. Não existe ninguém igual e até quando possuímos pensamentos parecidos encontramos nuances próprias que nos identificam e nos tornam o que somos: humanos ou, em alguns casos, seres estúpidos.
Além disso, quem nunca estudou história no colégio, ou mesmo viu em qualquer filme ou livro antigo qualquer coisa que mostrasse que o homossexualismo existe desde a antiguidade? Como então, tendo consciência de que as relações homossexuais fazem parte da espécie humana tanto quanto as heterossexuais, que isso sempre aconteceu e sempre acontecerá (posto que, não é doença para ter cura) podemos julgá-lo como algo anormal e que pode ser tratado, evitado e banido da sociedade. Como evoluímos a passos tão lentos nesse sentido?
O que me assusta mais é que não são as gerações anteriores a essa que mais discriminam. Ouvimos sim, “bolsonaros” e “mirians” falando atrocidades sobre a homossexualidade, mas quem mais ofendem, agridem e matam, são os próprios jovens. Esses que muitas vezes só tem mente aberta pra considerar normal o uso de drogas, lícitas ou não e o direito de atentar contra a própria vida e as dos outros.
É pela ação dessas pessoas que ultimamente tenho me defrontado com diversos tipos de gente dando inúmeras opiniões sobre a homossexualidade. Por essa razão, permiti-me mostrar também o que penso não que meus pensamentos sejam de interesse para alguém, mas pessoas com muito menos a dizer(para não ser mais grosseira e clara) o fizeram, então eu o faço também.
 Que vivemos em grupos que se reúnem de acordo com afinidades todos sabem e é algo natural na sociedade. Cada um procurar se relacionar com quem considera mais divertido, companheiro, amigo, enfim, com quem se dê bem. No entanto, quando grupos são obrigados a se formar, a lutar por algo que deveriam ter naturalmente e a ser isolados não por vontade própria, mas sim por preconceito, a formação de um segmento social deixa de ser natural e passa a ser uma espécie de represália por estes não se adequarem ao modo de vida de alguns, já que nem sempre é da maioria. Penso sinceramente que esses grupos se separam devido à ignorância, somente por isso e vou dizer por quê.
Uma das opiniões mais veementes em relação a esse assunto é dos cristãos mais fervorosos, que afirmam que a homossexualidade não é natural, que é pecado mortal, pois está escrito em algum lugar da bíblia que a união entre duas pessoas só é permitida se for pra procriação. Sobre isso não posso falar de uma maneira mais precisa já que não sei do que falam. Falta-me conhecimento bíblico. Mas, como católica praticante que fui por anos sei que se realmente fôssemos seguir tudo o que a bíblia diz o mundo não seria como é e certamente essas pessoas que dizem  seguir a bíblia tão prontamente viveriam de outro jeito.
Posso estar errada, admito, mas se seguíssemos a bíblia e seus preceitos as mulheres seriam submissas aos homens, os filhos serviriam aos pais que teriam uns 20 filhos, pois o sexo só seria feito para procriação. Anticoncepcional e camisinha então... Nem em sonho. Daríamos 10 por cento do nosso salário à Igreja e não apenas o que desejássemos e quando desejássemos. Iríamos à missa todos os domingos, ou sábados, depende do ponto de vista. Não cobiçaríamos a mulher do próximo, e nunca, nunca diríamos “Ai meu Deus!”, pois não se deve falar o nome de Deus em vão.
Ah! Mas isso nada tem a ver com homossexualidade, pecado mortal, que leva direto ao fogo do inferno. Acho que existe uma escala de pecados, alguns podemos cometer, outros não... Só pode ser assim! E consigo pensar em quantos homossexuais maravilhosos arderiam eternamente no fogo do inferno enquanto pessoas que matam e maltratam tem o direito à absolvição de seus pecados. Mas como disse, não posso falar disso, sou leiga e já falei até demais, não entendo, apenas exprimo a impressão que me passam sem querer blasfemar ou ofender ninguém. Mas já ofendendo...
Ouço muito também pessoas de mente arcaica dizendo que quando tiverem filho ou neto, a primeira coisa que vão dar de presente pra criança é uma bola e uma camisa do flamengo. Sinceramente só posso rir disso. O que tem a ver? Não existe jogador de futebol gay? Eu particularmente consigo listar sem pensar muito cinco flamenguistas gays. Gay não gosta de futebol ou retrocedemos e futebol voltou a ser esporte de homem e “sapatão”? Seria trágico se não fosse cômico não é? Mas não, infelizmente essa piada perdeu a graça há muito tempo e me cansei de rir.
                Acostumei-me erroneamente a manter o que penso guardado para mim. Afinal, quem me perguntou? Desde o início estou dizendo que me intrometo em um assunto que não é meu. Mas quer saber, é tão meu quanto seu, quanto de qualquer ser humano que queira falar sobre ele. Sexualidade é isso, é diálogo, não é tabu, não é assunto proibido para menores de 18 anos e muito menos motivo para que pessoas sejam tratadas como anormais ridicularizadas e postas à margem da sociedade.
                Por essa razão, acredito que as pessoas devem sim fazer coro a essa questão não para tornar o assunto um carnaval, uma moda em evidência, mas para que a sexualidade possa ser tratada com naturalidade. Assim como os homens falam sobre mulheres e mulheres sobre os homens, quero chegar a ver um dia em que um homem vai falar de um homem ou uma mulher de uma mulher sem que surja pelo menos um olhar de deboche ou desprezo.
Temos que falar sim até o assunto ser normal. Até que a impressão que nos passa de que todo movimento gay lutando contra a homofobia, o direito ao casamento e punição para agressores deixe de parecer aos olhos de grande parte da sociedade mania de perseguição de um grupo isolado, como tantos outros, cansado de ser tão perseguido.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Um certo Fulano de tal

                      Quem nunca teve um dia ruim em que nada dá certo? Nesse dia você começa acordando tarde, perdendo a hora de seus compromissos e recebendo na cabeça todo tipo de problema capaz de deixar até Jó sem paciência, não é? Pois bem, como eu tinha (tenho) frequentemente esse problema, decidi "descarregar" a raiva de uma maneira diferente, já que ficar soltando rojões pra todo lado não dá certo e ainda maltrata muita gente inocente. Resolvi escrever. Essa é a hora em que vocês me perguntam: "Sim, mas e dai? O que tem de novo nisso?". E eu respondo: Absolutamente nada. Mas a novidade é que agora eu tenho dupla personalidade. Como não consegui escrever o que me causava raiva sendo eu mesma, tive que extrair de mim aquela coisa-ruim-que-me-rói-por-dentro e jogá-la no texto por meio de palavras brutas e carregadas de frustração(e muita porcaria!). Apresento-lhes então ele: Meu "alter ego", Fulano de Tal, um cara chato, e muito, muito dramático, que só sabe reclamar da vida. Bom, vou postar algumas coisas dele, mas não levem nada a sério, o coitado não tem sorte, vive sofrendo, não conhece o lado bom da vida e tem mesmo só o que lamentar... Mas, quer saber? Antes ele do que eu! rs.

Que porcaria são as lágrimas?

                  As lágrimas não lavam nada, não fazem a dor passar, não amenizam. Lágrimas só fazem com que você se sinta menor, mais impotente, mais incapaz. De nada me serve chorar um rio se ele não me banha a alma, se não carrega consigo a dor e me traz a paz. Minhas lágrimas só me dizem o quanto sou tolo, o quanto eu mereço chorá-las, pois a cada uma que cai transparece a minha estupidez, minha falta de coragem. Lágrimas são o reflexo da minha fraqueza, da minha incapacidade de lidar com a dor, com o que me faz mal...


                                                                   Fulano de tal, muito infeliz e desiludido com a vida

Porcaria de insônia

                 Que pensamentos idiotas me vêm à mente todos os dias na hora de dormir! Como é grande minha insensatez! Nem dormir na hora certa consigo, nem ao menos uma hora de sono e paz eu tenho, pois quando enfim durmo me vêm os pesadelos... Ah vida desgraçada a minha! Queria saber ao menos alguma coisa de útil, olhar para o lado e sorrir. Mas nem o cachorro idiota que me lambe as pernas consegue fazer meus lábios se moverem. Estou impassível diante da vida. A monotonia se apossou do meu ser, não sou nada, aliás, o nada é muito perto de mim.

                                                                                            Fulano de tal, deprimido e entediado

sábado, 23 de julho de 2011

Pensamento




Gosto de sentir o vento
ao andar na beira do rio
E saber que os meus pensamentos
São levados por ele
Para depois retornarem
Modificados pelas águas
Ou confirmados por elas.


Gosto de ouvir o rio,
Ele sabe o que dizer.
Possui as mesmas águas
Que levam homens,
E lavam almas que depois
são devolvidas aos donos
para voltarem ao mesmo ciclo.


Pois, muitas vezes, a vida segue
da mesma forma que corre o rio:
Passa pelo mesmo leito
banha os mesmos lugares,
mas nunca com as mesmas águas.

Le Temps


Je me souviens que quand j’étais petite

J’ouvrais les yeux tous les matins
Et avant de voir quelque chose
J’entendais les appels de ma mère
« dêpeche –toi ma fille !
Il faut que tu ne perdes pas du temps
Il faut que tu profites de la vie
Sans penser que tu as longtemps »
Et courant vers la rue, en suivant le vent
Je pensait qu’avec la main
Je  pourrais partager le monde en deux
Pour pouvoir profiter de la vie
En vivant les moments petit à petit
Sans écouter ce qui ma mère m’a dit.

Aujourd’hui je ne sort plus vers la rue
Je n’essaie plus de partir le vent avec les mains
Je ne divise pas le monde, il est dejá divisé.
Je ne veux pas alonger la vie, elle est dejà longue...
Je veux seulemt vivre
Voir la vie sans la voir passer
Ni en voulant qu’elle soit très longue
Que je puisse me perdre
Ni très courte que je ne puisse pas vraiment la vivre
Je désire que la vie soit le suffisant
Pour que je rencontre la beauté
Non seulement dans les petites choses, 
Mais en toutes  les choses possibles !
Je pense qui c’est ça que ma mère a voulu dire :
Avoir aussi grand espérance pour vraiment vivre.
  

 O Tempo

Lembro-me  que quando eu era pequena
Abria os olhos todas as manhãs
E antes de ver qualquer coisa
Escutava minha mãe chamar
“Apressa-te minha filha!
É preciso que tu não percas tempo
É preciso que tu aproveites a vida
Sem pensar que tu tens muito tempo”
E correndo em direção à rua, seguindo o vento
Eu pensava que com a mão poderia partir o mundo em dois
para poder aproveitar a vida
Vivendo os momentos aos poucos
 Sem escutar o que minha mãe me disse.

Hoje, não saio mais em direção à rua
Não tento mais partir o vento com as mãos
Não divido mais o mundo, ele já está dividido
Não quero mais alongar a vida, ela já é longa...
Quero somente viver
Ver a vida sem vê-la passar
Querendo que ela não seja tão longa
Que eu possa perder-me
Nem muito curta que eu não possa vivê-la.
Desejo que a vida seja o suficiente
Para que eu encontre a beleza
Não somente nas pequenas coisas
Mas em todas as coisas possíveis!
Acredito que foi isso que minha mãe quis dizer:
Ter tão grande esperança para viver realmente.

                                                         


domingo, 26 de junho de 2011

Dentro de Mim



Olhando para dentro de mim
Fico parado pensando
Quem é a pessoa que fica
De dentro pra fora me olhando?




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