domingo, 26 de junho de 2011

Simples Assim


 

Quero sentar no chão do meu quarto e olhar para as paredes vazias com a certeza de que esse momento é meu e que ninguém pode roubá-lo de mim. Quero deitar de costas com apenas os pés em cima da cama e ler meu livro, meio que de cabeça para baixo, saboreando as histórias que nunca me entediam, histórias que se reconstroem a cada leitura. Quero nesse mesmo chão pegar meu violão e tocar as poucas músicas que sei de cor só para sentir a vida entrando em mim em forma de melodia. Quero cantarolar desafinada as letras que esqueço só para ter certeza que não nasci para cantar, mas que sem dúvida alguma isso é uma coisa que todos deveriam amar fazer. Quero encaixar meu único ursinho de pelúcia (que na verdade é uma abelhinha sem asas) entre as pernas e fingir que ele me ouve enquanto alterno entre a música, a leitura, as costas doídas, as pernas doídas, os braços doídos. E fazendo isso, quero me  lembrar que ainda sou eu mesma e que nem mesmo quando não me reconheço deixo de ser quem sou, pois sempre terei para onde voltar: Um Livro, Um Chão, Um Urso-Abelha, Um Violão...
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